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Reflexões acerca do mundo cristão.

sábado, 25 de maio de 2013

O REALISMO BÍBLICO DA VIDA CRISTÃ

                Esse evangelho fácil de bênçãos financeiras e com um rarefeito teologismo que beira um fisiologismo cristão, obviamente está desvirtuado em sua natureza bíblica e cristã. O núcleo da natureza e da mensagem contemporânea do mundo evangélico está comprometido. O problema é exatamente de natureza. É outro evangelho – esse é o problema!

                O evangelho do momento prega e promete bênçãos materiais baseado numa relação de exercício parcial da mordomia cristã que deve retornar como mordomias para o cristão. A relação de dar e de receber está centrada na contribuição; garantem os proponentes da teologia da prosperidade. Essa visão interpretativa estimula um tipo de mercantilismo – de troca com Deus. Na teologia bíblica isso não existe!

                Os mensageiros da prosperidade prometem sucesso absoluto e até imunidade a doenças. Um pseudo-evangelho de ascensão e de superioridade total. O perfil deste evangelho de meias verdades não é marcado pelo amor e humildade – e sim pela realização financeira e social – é mais um produto desenvolvido por homens gananciosos comprometidos com o humanismo enraizado neste século.

                Os arautos da realização material não pregam renúncia, santidade, a volta de Jesus e muito menos o céu; afinal estão muito bem aqui nesta terra de materialismo que realça o capitalismo que para se manter estimula o consumismo. É um “evangelho de teologia torta” formatado pela ignorância (ou conveniência) de uma exegese execrável e míope – e que não é bíblico em sua essência, amplitude, profundidade e consistência.

                Só posso associar o momento catastrófico deste perfil evangélico repugnante do século XXI ao da igreja de Laudicéia. Aqueles crentes pensavam serem ricos, mas diante de Jesus estavam cegos, em nudez e em miséria. A pior revelação, a mais triste realidade para uma igreja cristã é descobrir que Jesus não está no seu meio, e que Ele não aprova sua mensagem e que abomina o seu comportamento de vida. Para alguns em Laudicéia houve arrependimento; as palavras do Senhor tocaram seus corações e mudaram a maneira de pensar e viver. Para outros: voltar a viver o genuíno evangelho seria prejuízo.

                Uma leitura séria do Novo Testamento revela outra realidade de vida cristã em que nem todos serão ricos das posses deste mundo; onde uma parte não vai gozar de perfeita saúde; em que alguns não terão o respeito e admiração dos outros; onde outra parte será perseguida pela opinião pública e para alguns finalmente lhe restarão apenas à esperança crível da vida eterna.

                A realidade bíblica da vida cristã nos moldes do verdadeiro Evangelho não agrada a maioria de nós evangélicos. Pois é verdade que contrasta vontades; que combate vaidades; que não preconiza o monetário; que não se socializa; que esmiúça egos; que açoita futilidades; que desmancha penduricalhos espirituais; que condena pecados; que desmitifica homens; que põe à prova novas revelações e que verticaliza a relação entre os homens e Deus.

                Escrever essas coisas não é fácil, pois não é novidade; mas são as boas novas de Jesus Cristo para a vida de sua igreja. Que o Senhor traga sobre nossas vidas a verdadeira e completa prosperidade!

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